- Thanks (a mill).
- Go ahead.
- Sorry.
- You’re welcome.
Nao dá para contar quantas vezes digo cada uma dessas frases por dia. Alias, eu nunca me preocupei em conta-las, ate a viagem para Amsterda. Fiquei assustada com o quanto os modos britanicos(e, consequentemente, os irlandeses) entram na gente – com ou sem duplo sentido.
Primeiro, claro, agora olho para a direita e depois para a esquerda antes de atravessar uma rua. Como assim o mundo todo nao dirige pelo lado esquerdo?
Mas o mais assustador que notei em mim é o hábito das portas. Se for entrar em alguma loja, abrir a porta e ficar parado segurando ela até a pessoa (que geralmente tá longe pacas) chegar, segurar a porta, agradecer e voce poder entrar, finalmente. Parece idiota? E é, mas é tao normal que voce nem nota. Ate ir a um lugar onde ninguem mais faz isso e te olham estranho por estar segurando a porta.
Tambem de olham estranho por voce se desculpar por passar na frente, mesmo que a pessoa esteja longe pacas. Sempre achei normal se desculpar se esbarrar em alguem, mas se desculpar por quase-esbarroes-ha-um-metro, é coisa de britanico. É coisa de irlandes. E, infelizmente, é coisa minha.
P.s.: Certa vez, entrando na Arnotts, uma senhorinha segurou a porta e nao ouviu quando eu disse “Thanks a mill”, porque, pra variar, eu estava rouca. A senhorinha entao disse “voce tem que aprender a agradecer”. Portanto, sempre agradecam: obrigada.
Wednesday, January 28, 2009
Thursday, January 22, 2009
Tuesday, January 20, 2009
Por isso que eu viajo sozinha
- Fomos no museu do Van Gogh, mas resolvemos nao entrar porque achamos que nao seria legal.
- Bom, eu fui e amei. Mas o esconderijo da Anne Frank é um lugar que nao acredito que visitei! Nao acredito que vi o diário de verdade ali, essas coisas, sabe? Eu li e foi incrivel ver tudo aquilo.
- Ah, entao, voce leu o livro, né? Eu nao. Mas foi assim para o Louvre, sabe? Eu queria muito conhecer lá porque tinha lido “O código Da Vinci” mas entrei lá e odiei, em duas horas já tinha visitado tudo e estava entediada.
- Que coisa, nao?
Sim, visitar o esconderijo da Anne Frank porque voce leu um diário com toda a dor que uma guerra traz é a mesma coisa que visitar o Louvre porque leu o livro do Dan Brown. E, claro, o Louvre é um tédio e o museu do Van Gogh nao vale a pena ser visitado...
- Bom, eu fui e amei. Mas o esconderijo da Anne Frank é um lugar que nao acredito que visitei! Nao acredito que vi o diário de verdade ali, essas coisas, sabe? Eu li e foi incrivel ver tudo aquilo.
- Ah, entao, voce leu o livro, né? Eu nao. Mas foi assim para o Louvre, sabe? Eu queria muito conhecer lá porque tinha lido “O código Da Vinci” mas entrei lá e odiei, em duas horas já tinha visitado tudo e estava entediada.
- Que coisa, nao?
Sim, visitar o esconderijo da Anne Frank porque voce leu um diário com toda a dor que uma guerra traz é a mesma coisa que visitar o Louvre porque leu o livro do Dan Brown. E, claro, o Louvre é um tédio e o museu do Van Gogh nao vale a pena ser visitado...
Monday, January 19, 2009
Cuidado, cuidado!
Lembro que a MTV Brasil criou a categoria “web hit” para o VMB. Eu nao sei se ainda existe esse premio, mas fico imaginando a Irma Sofia sendo indicada e o irmao dela (leia-se meu ex-namorado) se gabando que a irma está concorrendo a um premio de música brasileira.
Hoje é mesmo o dia que a gente precisa de coisas como o parágrafo anterior. Segundo acabou de aparecer no jornal e a Wikipedia confirmou, um cientista britanico calculou que hoje é o dia mais triste do ano, a blue monday. Todo ano ela cai na ultima segunda de uma semana inteira em janeiro e as dicas para nao se contagiado é ouvir músicas alegres, conversar com os amigos ou ver programas engracados e acho que o video alcanca dois tercos do proposto.
Hoje é mesmo o dia que a gente precisa de coisas como o parágrafo anterior. Segundo acabou de aparecer no jornal e a Wikipedia confirmou, um cientista britanico calculou que hoje é o dia mais triste do ano, a blue monday. Todo ano ela cai na ultima segunda de uma semana inteira em janeiro e as dicas para nao se contagiado é ouvir músicas alegres, conversar com os amigos ou ver programas engracados e acho que o video alcanca dois tercos do proposto.
Thursday, January 15, 2009
Sobre trinta bibliotecas
Voce chega, passa pela imigracao, conhece sua nova casa, suas aulas comecam e voce precisa contar tudo isso e outras coisas, em detalhes, para quem ficou no Brasil torcendo por voce. Um dos jeitos é ligar depois das seis da tarde e aproveitar que a Vodafone só cobra 9 centavos o minuto e outro, claro, é usar a internet.
Como nenhum recém-chegado quer gastar seus euros enquanto nao tem emprego, o jeito é usar a internet da biblioteca. Assim, o cartao da biblioteca se torna um documento indispensável, nao importa quao nerd voce seja.
As pessoas normais fazem o cartao vermelho que permite ate 50 minutos de internet nos computadores de qualquer uma das 21 bibliotecas de Dublin. Eu, claro, nao fiz esse. Eu fiz o azul que, alem da internet, me permite pegar 8 itens (livros, dvds, fitas, etc) e ficar com eles por 3 semanas em qualquer uma das 21 bibliotecas de Dublin.
Vivi meus meses iniciais muito feliz: pegando livro da biblioteca de Pearse e devolvendo na do Ilac, só para o livro dar uma passeada; procurando no mapa as outras 18 bibliotecas que nao conheco ainda; fazendo hora na biblioteca do Ringsend...
Até ontem. Ontem eu descobri que isso nao era o bastante! Acontece que estava em Dalkey e, ao inves de visitar os castelos e lugares históricos de la, eu fui para a biblioteca me proteger da chuva. Chegando lá, claro, fiz uma pilha de 5 livros e um dvd para pegar mas descobri que precisava de outro cartao para as bibliotecas dos arredores de Dublin.
Esse é o cartao na parte de cima da foto e o de baixo é o de Dublin. Resumindo a ópera da nerd feliz: agora eu tenho acesso a TRINTA bibliotecas e, com isso, posso passar 3 semanas com até VINTE llivros. Vou sentir falta disso.
Como nenhum recém-chegado quer gastar seus euros enquanto nao tem emprego, o jeito é usar a internet da biblioteca. Assim, o cartao da biblioteca se torna um documento indispensável, nao importa quao nerd voce seja.
As pessoas normais fazem o cartao vermelho que permite ate 50 minutos de internet nos computadores de qualquer uma das 21 bibliotecas de Dublin. Eu, claro, nao fiz esse. Eu fiz o azul que, alem da internet, me permite pegar 8 itens (livros, dvds, fitas, etc) e ficar com eles por 3 semanas em qualquer uma das 21 bibliotecas de Dublin.
Vivi meus meses iniciais muito feliz: pegando livro da biblioteca de Pearse e devolvendo na do Ilac, só para o livro dar uma passeada; procurando no mapa as outras 18 bibliotecas que nao conheco ainda; fazendo hora na biblioteca do Ringsend...
Até ontem. Ontem eu descobri que isso nao era o bastante! Acontece que estava em Dalkey e, ao inves de visitar os castelos e lugares históricos de la, eu fui para a biblioteca me proteger da chuva. Chegando lá, claro, fiz uma pilha de 5 livros e um dvd para pegar mas descobri que precisava de outro cartao para as bibliotecas dos arredores de Dublin.
Esse é o cartao na parte de cima da foto e o de baixo é o de Dublin. Resumindo a ópera da nerd feliz: agora eu tenho acesso a TRINTA bibliotecas e, com isso, posso passar 3 semanas com até VINTE llivros. Vou sentir falta disso.
Wednesday, January 14, 2009
O início da guerra
Quem inventou o orgulho? Esse sentimento que nos diz que nao podemos ser desprezados, destratados... Podemos e seremos! Mas seria muito mais fácil se nao existisse o orgulho. Pessoas nao vao se importar com a gente o mesmo tanto que nos com elas ou simplesmente nao vao se importar... Mas quem foi que disse que isso tem que provocar dor?
Eu sei quem foi que disse e quem diz: o orgulho. É ele que nos leva a crer que somos superiores, importantes e temos que ser tratados como tal.
Ao mesmo tempo, nao somos nos seres superiores e importantes que temos que ser tratados como tal? - diz o lado vermelho e chifrudo da minha consciencia. E o lado azul e alado concorda que devemos, sim e que caso isso nao aconteca, é hora – simplesmente – de cortar a cabeca do súdito. Entao, o lado vermelho e chifrudo diz: “Pare já de fazer meu papel!” e comeca a guerra na minha consciencia.
Eu sei quem foi que disse e quem diz: o orgulho. É ele que nos leva a crer que somos superiores, importantes e temos que ser tratados como tal.
Ao mesmo tempo, nao somos nos seres superiores e importantes que temos que ser tratados como tal? - diz o lado vermelho e chifrudo da minha consciencia. E o lado azul e alado concorda que devemos, sim e que caso isso nao aconteca, é hora – simplesmente – de cortar a cabeca do súdito. Entao, o lado vermelho e chifrudo diz: “Pare já de fazer meu papel!” e comeca a guerra na minha consciencia.
Monday, January 12, 2009
Sobre a tristeza passada e presente
Desde aquela ligacao, tenho me forcado a lembrar de todas as vezes em que fiquei triste. Já estive tao triste que me mandaram para a psicóloga. Esta, por sua vez, disse que eu estava tao triste que era melhor me levar para o psiquiatra. Já estive tao triste que passei uma semana semi-morta; já estive tao triste que meus solucos ao chorar provocaram vomito e, antes que isso fique mais nojento ainda, nao estou triste a esse ponto!Nao estou porque nesse exato momento eu olho pela janela e vejo a construcao do Lansdowne Road Stadium e sei que, para o resto da minha vida, quando ouvir ou ver algo com o estadio em questao, eu vou dizer “quando eu morei na Irlanda, ele estava sendo construido e dava para ver da janela do prédio que eu morava”. E entao, eu vou lembrar de todas as outras coisas que eu vi e experimentei aqui com saudades boas, nao as doídas que tenho de casa nesse momento.Sei que falhei em compartilhar tudo o que passei até agora e poderia citar vários fatores para enfatizar minhas desculpas, mas nao irei. Aliás, nem vou escrever mais nada, é a vez de voces aí nos comentários!
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